domingo, 31 de agosto de 2008

O HOMEM MÁQUINA (se puder, repasse)

O homem é uma máquina com capacidade racional! Essa capacidade permite a esse mesmo homem ser muitas vezes inferior às máquinas que opera. Ao passo que as máquinas apenas trabalham quando estimuladas, não precisam de muitas coisas para sobreviver, não enfrentam problemas com o chefe, não se deprimem devido a um relacionamento que terminou, não precisam do horário de almoço, apesar de precisarem de energia, não morrem, não correm o risco de ficarem impossibilitadas de chegar ao trabalho, e detalhe, elas também aproveitam as férias coletivas. A automatização do trabalho após a Revolução Industrial, tornou o homem um operador de tarefas repetitivas que tiravam dele toda a capacidade criativa. Tudo isso era para manter acesa a recém desenvolvida sociedade de consumo. O consumismo desenfreado levou o mercado a abrir novas áreas de trabalho e isso fez com que mais e mais pessoas conseguissem emprego nessas loucas indústrias do séc. XVIII e XIX.
A máquina também tirou da frente de trabalho os menos capacitados. Isso refletiu num movimento conhecido como Ludismo, onde os trabalhadores quebraram as máquinas, nutridos pelo desejo de obterem seus empregos de volta. Mas o que aconteceu foi totalmente o inverso. O movimento acabou forçando os industriários a comprarem novas máquinas e desenvolver novas tecnológias. Pela primeira vez Máquinas 1 x 0 Homem.
A grande saída no século XX então foi transformar o homem em máquina. E não me refiro ao Robocop ou outras fantasias fictícias. Escrevo aqui sobre o homem de verdade. Com sua rotina louca e muitas vezes doentia (sinto-me dentro desse grupo). Essa rotina não respeita doença, gosto, vontade, família, tempo. Ela exige constantemente uma disposição da qual as vezes estamos famintos. Estamos entregues ao mercado. Na ânsia de sempre fazer melhor acabamos nos desfazendo do que temos de melhor. Nossa saúde comprometida, nossa família sozinha, nossa vida correndo risco de se perder numa estrada qualquer, ceifada pelo tempo escasso que nos forçou a optar pelo mais perigoso. Tudo isso serve apenas para nós tentarmos manter um estilo de vida que escolhemos. Nosso status consome nossas energias. Trabalhamos tanto, e para quê? Nem ao menos temos o tão preterido tempo para descansar.
É claro que o trabalho é uma necessidade nos dias do império capitalista global. Estamos observando uma anulação do indivíduo em função do trabalho. O homem está perdendo sua identidade nos cartões ponto de suas empresas. O homem está sendo substituído por números de seguro de vida, PIS/PASEP, Carteira de Trabalho e outras exigências numéricas, quase chegando ao infinito. O problema está no fato de que nós, seres humanos, não temos garantia e muitas vezes conserto. Estamos aqui para um uso exclusivo e único. Temos um limite, e esse limite não se amplia com descobertas científicas que melhoram nosso funcionamento. Tudo bem que a saúde evoluiu muito. Mas não estou com a mínima vontade de usar as descobertas médicas, que visam melhorar a qualidade de vida, a favor de um patrão. Gostaria de usá-la para meu prazer e satisfação. O problema é que como tudo na vida isso é um ciclo vicioso que nos prende a cada tentativa de libertação. Estamos entregues à sina de viver uma vida de trabalho e trabalhar uma vida inteira. Louvados sejam os gregos que afirmavam o ócio.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

NOSSO MOMENTO RETRÔ (se puder, repasse)

Rock VI, Rambo IV, Batman, Lp´s, O Exterminador do Futuro, Superman, clássicos do cinema preto e branco, músicas de décadas passadas. Definitivamente nossa sociedade se perdeu no espaço e no tempo. O limite entre o temporal e o atemporal deixou de existir. Somos máquinas alimentadas pelo combustível da nostalgia. Estamos representando cenas que já interpretamos outras vezes. Confirmamos assim a idéia weberiana dos atores e dos atos sociais. Há tempos que o bucólico e o nostálgico nos iludem com a sensação nítida e real de que é possível reviver os tempos passados, e que muitas vezes foram deixados em vão. Isso se dá, ao meu ver, pelo fato de que não temos outra chance para viver, e de que rememoramos um momento no desejo, de que agora que estamos preparados, ele pudesse acontecer outra vez. É a velha idéia de perder o presente lembrando do passado. Algumas coisas são cíclicas, é verdade, mas tornar nossa vida uma eterna busca pelo que ficou ou passou é simplesmente anular toda a oportunidade de afirmarmos hoje, nossa existência. Isso torna evidente a verdade que, daqui alguns anos as lembranças de hoje serão apenas uma folha em branco, pelo fato de que não aconteceram. Não estamos marcando nossa passagem por este mundo. Estamos entrando num sistema de engrenagens que apenas obedece ordens e reproduz a função para qual foi destinando. Nossos heróis e heroínas sucumbiram dentro de alguma seringa esquecida num canto qualquer. Lutamos pela sobrevivência dos que se foram, e perdemos a oportunidade de criar outros mitos. Ou será que não caberia à nossa geração a função de criá-los? Será que ainda continuamos com a velha mania de valorizarmos aqueles que se foram? Será que os desconhecidos e desprezados de hoje serão os evidenciados amanhã? Se for assim estamos perdendo uma boa oportunidade de aproveitar intensamente aquilo que estamos criando. Nossas lembranças poderiam estar baseadas em relatos fiéis, de um presente repleto de satisfações.
Os castelos desmoronam, e ao invés de construir outras moradias suntuosas, perdemos tempo diante da fotografia daquilo que um dia fora um palácio mas hoje é apenas areia morta e espalhada pelos vendavais da vida. Saborear o gosto do passado pode deixar o paladar enebriado e comprometer nossos sentidos. Isso pode afetar nosso senso de bom senso. O que nos falta para falarmos sobre nós? Será que estamos representando uma sociedade sem amor? Sem valor? Sem motivação? Sem inspiração? Como diria Renato Russo: "Tenho o que ficou e tenho sorte até demais, como eu sei que tens também".

sábado, 16 de agosto de 2008

UMA PISTOLEIRA CHAMADA OLGA (se puder, repasse)

O Brasil assistiu emocionado ao filme lançado há alguns anos atrás, abordando a figura de Olga Benário Prestes. O filme, não muito bom enquanto produção, foi TOTALMENTE tendencioso, já que foi inspirado praticamente numa única obra sobre Olga, o livro homônimo de Fernando de Morais. Sei que está meio fora do contexto abordar esse tema, mas o objetivo nesse caso é demonstrar com um pouco de visão crítica, como somos enganados por imagens criadas a partir de ícones que nunca existiram. Os socialistas de plantão veneram essa mulher como símbolo de luta pela liberdade, e também como uma injustiçada, por ter sido mandada para Alemanha de Hitler por Getúlio Vargas, e morta em 1942. Pois eu apoio a atitude Varguista! Esse "pistoleira" comunista veio para o Brasil, enviada pelo Partido Comunista Soviético, com o objetivo de auxiliar o Sr. Luis Carlos Prestes numa tentativa de golpe para derrubar o governo de Vargas.
Um detalhe importante de se observar, é que a tentativa de tomada de poder pelos comunistas em 1935, conhecida como Intentona Comunista, foi deflagrada num momento em que o Brasil estava num regime constitucionalmente posto. O governo constitucional de Getúlio Vargas (1934-1937) fora reconhecio pela nova Constituição de 1934. Não era democrático, pois a eleição foi indireta, mas estava dentro da lei pelo menos. Mas lei é uma das várias coisas que os comunistas deconheciam. Seriam leis que motivavam Joseph Stálin a praticar os crimes que cometeu? Como os comunistas explicam as milhões de mortes do Stalinismo? Até imagino a resposta. Para tentar se esquivar das atitudes do Camarada de Aço, eles apelam parao revisionismo de Kruschev. Como se uma análise contestatória fizesse reviver as milhões de vidas perdidas durante os anos de comunismo. Engraçado observar que o número de mortos no Vietnã pelo exército americano (cerca de 2 milhões) foi o mesmo dos mortos na U.R.S.S. por Stálin.
Olga Benário era uma enviada desse regime. Veio com mais uma "cambada" de arruaceiros vermelhos prontos para trazer a "liberdade" para o Brasil. Que liberdade seria essa? A liberdade de morrer contestando o regime stalinista? É que talvez no Brasil o regime receberia o nome de Prestista, ou Benarista. Interessante também é o fato de que os argumentos necessário para o golpe que instalou a Ditadura Vargas em 1937 no Brasil, foram buscados justamente na tentativa frustrada dos comunistas. A organização vermelha foi tão "eficiente" que o golpe estourou em novembro de 1935 e já estava completamente controlado (com seus participantes presos ou mortos) em janeiro de 1936. Claro que as técnicas para confissão foram desumanas. Não concordo com isso. Mas também não concordo com as mortes que aconteceram com o conssentimento de Prestes e Olga Benário.
A questão que sempre é posta em discussão é o fato de que Vargas a mandou para a Alemanha. Já disse acima que concordo com essa atitude, e vou explicar o motivo. Olga era judia e comunista, procurada na Alemanha por crimes cometidos contra o Estado, havia tentado dar um golpe para desestabilizar a política brasileira, tinha Vargas como inimigo e ainda por cima queria tornar o Brasil um satélite da política soviética! Getúlio agiu corretamente. Qual objetivo teria ele em apoiar uma pessoa com esse perfil? Tudo bem, ele poderia tê-la matado aqui no Brasil, assim teríamos algumas fotos interessantes para olhar. Fotos essas que contariam o fim de uma pistoleira.
Ah, antes que eu me esqueça, Preste antes de morrer esclareceu completamente a questão do Queremismo? Só por curiosidade...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

O IMPERIALISMO VERMELHO - RUSSIA e GEÓRGIA (se puder, repasse)

Nem só de ideologias viverão os homens, mas de tanques armas e ganância. Recentemente o foco das tensões bélicas ganhou um outro rumo. A invasão da Geórgia pela Rússia. Nem os Jogos Olímpicos foram suficientes para estabilizar os ânimos na região. Logo os jogos, que historicamente suspenderam guerras com o objetivo de adorar o Deus Supremo do Olimpo: Zeus. Dessa vez nem ele conseguiu impedir a continuidade do conflito. Isso nos leva a refletir sobre o imperialismo em sua forma crua. Durante o séc. XX as potências capitalistas e socialistas aplicaram seu imperialismo de forma grotesca, vergonhosa e mortífera. Indivíduos sucumbindo diante do coletivismo social. Indivíduos sucumbindo diante de loucos capitalistas e loucos comunistas que avançavam com suas tropas para anular a liberdade dos povos. Não interessa qual a aliança militar (OTAN ou Pacto de Varsóvia), a verdade é que o desrespeito à vida humana imperou em boa parte do nosso século. As acusações sempre repousam sobre os Estados Unidos, e de fato ele tem parcela da culpa. Mas os comunistas sem memória esquecem da invasão do Tibete pela China Socialista, da expansão da URSS, da Primavera de Praga de 1968 e de tantos outros episódios de intervenções vermelhas no globo.
O vermelho estampado como cor heróica do comunismo pelos operários que morreram lutando pelos seus direitos realmente representa o sangue, mas o sangue das vítimas que foram mortas ou perseguidas por seres estúpidos como Stálin, Mao Tse-Tung, Pool Polts, Fidel Castro, Ho Chi Min, e tantos outros que lavaram suas ideologias com vidas de outros.
A justificativa sempre é a mesma: Eles colocaram fim a regimes ditatoriais. Sim, e estabeleceram outras ditaduras tão vergonhosas quanto. A expressão máxima de uma posição ignorante hoje, é acreditar no socialismo ou comunismo como forma de libertação. Alguém que defende essa posição ou é idealista, ou está cursando o primeiro ano de algum curso de humanas, ou é privilegiado por essa situação, ou o que é mais provável, não passa de um insano e desequilibrado. O mundo inteiro se voltou contra a invasão do Iraque pelos Estados Unidos (o que eu também não concordo), mas as línguas ditas intelectuais se calam diante da invasão da Geórgia pela Rússia. Obviamente os acéfalos vermelhos irão dizer que a Rússia há muito abandonou sua linha socialista. Eu vou mais além, a Rússia nunca teve uma linha socialista, mas se escondeu atrás de um capitalismo de Estado, com ares de social. A revolução morreu com Vladimir Ilitch Ulianov,o marxismo morreu com Marx. Todas as tentativas posteriores são apenas ações frustradas de aplicar uma idéia fracassada. O próprio Marx apenas pôde escrever suas obras graças ao financiamento do pai de Engels (a propósito, um rico industrial). Concluímos então que o “marxismo” já nasceu atrelado e dependente de uma força capitalista. É a eterna luta do bem contra o mal. E você de que lado está? Eu, estou do lado do bem, pois bem sei que o bem sempre está comigo. Agora, com certeza sei também que se houver uma cor que estampe o grito de liberdade, essa cor não é a vermelha.