segunda-feira, 26 de julho de 2010

Diga Não a Hipocrisia! Preconceito Musical http://www.youtube.com/watch?v=KBLIQvKrrdA


domingo, 25 de julho de 2010

Vejam e SIGAM por favor!!!


http://www.youtube.com/watch?v=FZEXjWwauw0

sábado, 24 de julho de 2010

VEM CÁ


Abraça-la foi mais forte que a intesidade da sensação, contabilizada pela mesma sensação que entorpece todo o espaço dos meus sentidos. Foi como encontrar um refúgio seguro, foi como voar nas asas da imaginação. Vê-la deitada nos lençóis da magia, foi tão bom quanto entender os segredos das ondas e partículas que você me ensinou. A física perdeu a lógica própria do entendimento quando os sonhos falaram mais alto do que a razão. Ah, essa razão desenfreada, desgovernada, batia no peito em cada tentativa frustrada de fugir desse mundo. Agora essa mesma razão se submete ao desentendimento do que se passa comigo. Li o sabor dos seus beijos nos textos escondidos da sua boca. Descobri o sabor do seu corpo no paladar disperso da própria roupa. Quis envolvê-la, quis despertá-la. Na madrugada escondida atrás das cortinas, quis conversar, apenas para que os meus olhos pudessem ver seu corpo alegre, suas mãos pequenas, sua alma cheia de charme. Seu olhar me disse o que sua boca esconde. Entendo pelo seu toque a mensagem tornada oculta. Respiro fundo, respiro alto. Trago um corpo apenas, levo dois corpos de assalto. Olhar para você é receber como presente a imagem daquilo que me faz bem. Uma realidade que se escreve na imaginação. Uma noite que passa, uma manhã que termina, uma tarde que se despede, uma noite que alucina. Você é a loucura mais racional que já experimentei em toda a minha vida.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

CALO A BOCA


Sinais de uma noite entregue aos sonhos esquecidos. Perturbações do sono. Corpo rolando sobre a arena das cobertas e rendendo-se aos castigos dos lençóis. Será que o mundo gira em torno da mesma causa, solto pela eternidade das repetições? A vida seria muito mesquinha se nossos dias fossem apenas uma reprodução daquilo que já abominamos em algum instante. E quem disse que a vida não é mesquinha, egoísta e destrutiva? Sinto vontade de ouvir minha música favorita, que tantas vezes já citei nesse espaço. Sinto vontade de interpretar as ondas da canção que não cabem na explicação de uma vida. Quero encontrar o meu EU perdido. Quero me encontrar para poder me abraçar e sentir que o entendimento das frases, mesmo que incompreendidas pode desfazer qualquer rancor. Quero chorar sem a causa triste, quero soletrar o nome das minhas necessidades e desvendar a inquietude das minhas desavenças. Despeço-me do sorriso de uma forma tão contínua que sou obrigado a acreditar que ele nunca existiu de verdade. Parece um anseio tão distante, uma rota tão frustrante que eu chego a imaginar que sua existência é um mero descaso com a verdadeira realidade. Tento hoje na simplicidade das palavras, jogadas no texto de forma descuidada, entender a ausência do bem estar e a clemência que faço para me agradar do mundo. Não consigo caber dentro dessas histórias cotidianas. Não consigo caber nesse mundo. Minha cabeça explode em cada verso jogado num texto qualquer. Não estou estressado, não estou mal humorado. Essa seja talvez a minha forma de acordar para o mundo. Essa talvez, seja a transição necessária para dizer BOM DIA! Não entendo como seria possível alguém se despedir do mundo de sonhos e descanso (presente quando dormimos), acordar para esse mundo de verdades inconsequentes, e manter a alegria que os anjos lhe davam enquanto com olhos fechados sentia aconchegante as horas da madrugada passando por seu corpo, como um vento suave brinda a face numa bela caminhada matutina. Não quero dar bom dia, não quero ninguém saiba como estou. Isso não é para a vida e sim para os primeiros segundos, talvez minutos do despertar. Estou bem. Apenas deixem o tempo ser assimilado pela minha razão. Vejo a manhã como o final de uma história perfeita que podia ser controlada por mim. Ao despertar para as a horas incertas das possibilidades apenas cogitadas, sou obrigado a desvendar toda a simpatia oculta em ideias que ainda estão em formação. Isso é angustiante para quem quer respaldar sua essência nas letras bem contadas de uma vida. Viagens repetidas, estações outrora visitadas. Talvez a solução seja o encontro de mim mesmo em cada sensação espalhada pela minha memória. Talvez eu esteja fugindo de mim por não querer me encontrar. Os sonhos não existem e os heróis morrem todas as vezes que eu desligo a TV. As músicas duram apenas o espaço de uma faixa do cd. Os sons permanecem na minha pele apenas para me oferecer um alívio imediato, mas ineficiente. Corro agora na certeza de que as marcas que sondam minha história são mais reais do que as cicatrizes que elas deixaram.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

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sábado, 17 de julho de 2010

DEIXA


Não sou a voz da solidão solta num campo aberto. Não sou as trombetas mudas e perdidas do coro incerto. Senti a vivacidade do abraço terno quando me senti vivo. Senti o valor de um sangue eterno quando meus braços se ergueram outra vez. Eu disse para mim: Levanta-te!
Parei de condenar a lenha que não queria queimar, quando percebi que era eu que não estava colocando o fogo no seu devido lugar. Enriqueci minha prataria com talheres de ouro e então, fiz um banquete com o prato que todos achavam tolo.
Assim pude sentir mais uma vez o vento suave de uma simples manhã que se prolonga num dia cheio de fatos que esperam um sentido. Eu sou quem dá esse sentido ao meu entardecer, e a noite resgata as lembranças da minha criatividade durante os dias da vida.
Crio meu plano dentro dessas coisas bonitas que o tempo nos dá. Não há força alguma perdida no espaço que prepare pra mim meu futuro, ou amarre os cordões do meu cadarço. Sou eu o responsável por tudo que há ao meu redor. Responderei pelos sorrisos, pelas lágrimas, pelos textos heréticos e pelo suor.
Desisti de tirar minha vida, quando descobri que você fazia parte de mim. Matando-me eu mataria você também, porque você está em mim e eu estou em você! E isso nem a mais simples brincadeira imaginária poderia suportar. Respiro um ar que você me ensinou a aspirar. Arrumo minhas ideias como você me ajudou a organizar. Quando faço nova uma mancha no quintal, você me presenteia com roupas tiradas do nosso varal.
Não me preocupo com mistérios, pois você é um enigma constante que eu sem saber sempre tentei resolver. São peças mágicas, já fundadas na magnitude do que poderiam ser. São portas abertas de uma viagem certa daquilo que hoje talvez não saberia explicar.
Entender a dimensão das atitudes é mister para abrigar a compreensão dos dias e das horas ministradas em companhia. Adicionar ao véu da corredeira uma cascata cheia, talvez não demonstre tanta maestria, mas perceber em gata gota minúscula um lago de possibilidades, é abrir os olhos para as novidades sem as quais não viveria.
Deixa meu sorriso voar solto pelo ar, deixa o menino bobo criar asas para salvar. Deixa a música sem razão ecoar pela sala. Deixa eu falar durante a madrugada, justamente quando o mundo inteiro se cala. Deixa eu mostrar o valar de um sentimento, deixa eu mostrar aquilo que os homens buscam desde o seu nascimento.
Deixa eu colher as uvas que as safras presenteiam, pisar nos campos enriquecidos pelas letras poéticas que me norteiam. Abrir as caixas de presentes e doces de um verão. Imaginar um mundo construído apenas com os sabores e cores da imaginação.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

MEUS SONHOS DE MENINO


Reuni a vontade que rondava meu corpo e a expressei em versos tão absurdamente loucos, quem nem sóbrio mais, eu conseguia parecer. Abotoei a camisa, fechei o terno, prendi a cinta na minha calça larga e preparei a comida do amanhecer. Fiz do muro meu universo, pintei estrelas nas paredes que separam a rua do meu quintal e assim trouxe o céu para perto de mim. Brinquei nesse infinito, deslizei pelas bolhas de sabão e lavei toda a morada dos versos, motivos da minha ocasião. Gritei chamando anjos para o meu socorro e imaginei suas mãos acalmando meu espírito. Subi sobre suas asas que me chamavam de filho, encontrando sob seus cuidados minha proteção. Fazendo isso me tornei um morador celestial e um abençoado rebento, suavizado pelo alento do tom divinal. Colhi cada semente que não desejei plantar antes que elas virassem árvores com sombras que eu não gostaria de partilhar. Não fui o único jardineiro do meu pomar, não fui o único a desejar flores para o meu sonho de voar. Rosas que plantei e frutas que colhi foram as letras santas da vida que verti. Fiz do veneno o deleite da minha refeição e pude experimentar tudo que me faz mal antes da ceia, onde as crianças foram chamadas também. Experimentei dos versos destinados ao mal presságio e numa escura e monótona sensação, senti a dor recebendo adágio. Minha garganta emudeceu como num pesadelo do qual não consigo me livrar. Tornou-se aflita pelo desejo de falar, pelo desejo de fazer soar em suas pregas vocais os acordes que ecoariam pelo mundo como discursos sideirais. O brilho da minha boca absorveu a matéria sem luz e abocanhou um buraco negro que mandou eu me calar. Justamente eu, forasteiro desregrado no mundo da ordem! Eu, voz rouca no coro da orquestra filarmônica. Eu teria de me calar! Não aceito os convites feitos de forma tão despreparada. Não concordo com as ordens dadas numa regra em que a própria ordem é desordenada. Não aceito! Não me calo! Por mais que as vogais tenham se tornado raridade nos meus pensamentos, por mais que as consoantes tenham firmado outro juramento, eu não me calarei. Preciso escrever, porque é na batida certeira do meu peito que faço linhas e acertos. É na batida dos meus sentimentos que busco a fonte ilimitada da fuga para alçar a magnitude das expressões poéticas. Em cada verso traduzo as linhas do meu sentimento, em cada rima desvendo ironicamente o meu desentendimento. Não busco a estética, por considerá-la anestesiada. Descarto as regras por considerá-las maquiadas demais para o que eu quero dizer. Quero mostrar a pele crua ao entardecer, quero mostrar a ideia nua, arrumada apenas para o que eu quero ser. Cavaleiro dos cometas que reluzem pelo universo sem um caminho certo. Escudeiro dos asteróides que caem sorrateiramente explodindo a imaginação daqueles que acreditam nas estrelas cadentes. Quero cortar o corpo, para que o sangue seja visto como o combustível dos meus sonhos. Quero que o vermelho latente e vivo inunde cada espaço secreto do meu vazio. Quero transformar as letras no vestígio mais perene da minha opulência espiritual, escrevendo as regras da censura que reinarão com ternura no meu testamento habitual. Assim me farei entender para a folha das infinitas possibilidades. Assim me tornarei vivo quando meu corpo for entregue ao jardim da saudade. Somente assim saberei que apesar de não ser entendido, fui lido e refletido, só assim me entregarei para o túmulo jaz vencido.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

PÃO MOLHADO


As nuvens choram despreparadas. Lágrimas vertidas que concentram toda a história que seus olhos nunca puderam ver, mas que seu tato pode perceber pelo aumento insano da temperatura. A água escorre ansiosa para despertar a terra sedenta. As bocas se abrem tentando não parecerem ciumentas. As gargantas se preparam para lubrificar seu caminho, e os porões seguem certos de que nunca mais ficarão sozinhos. No labirinto dos sonhos venerados, acordado eu nunca sonhei. Criança que corria as madrugadas, aguardava um instante qualquer para o sol bater. Tocar a campanhia com seus raios iluminados, e permitir que eu buscasse meus brinquedos já guardados. Hoje entretanto, espero aflito a chuva que lavará aquilo que um dia eu chamei de lei. Meu sono é inquietante. Minhas madrugadas são perturbadoras. Não tenho uma noite certa e enquanto todos passam frio, eu vendi na feira a minha coberta. Meu cérebro brinda turbulento mais um momento de viajar. Deitar é sempre um começo para quem não consegue sonhar. Alcanço limites estelares, ultrapasso barreiras racionais e deposito todos meus devaneios no alto das montanhas mágicas feitas de doces dos antigos carnavais. Assim crio meu universo de saudade! Quantos vultos vagueiam pelas sombras dos meus pensamentos? Queria encerrá-los na cadeia, queria tornar-me menos aflito. Queria a simplicidade do mundo, mas do mundo vivo e não do meu mundo restrito! Uma mão desconhecida aperta meu peito, chega ao coração e concede-lhe um novo tempo de batida. Essa mão esmaga minha tranquilidade, faz despertar minha antiga idade e determina quanto tempo eu poderei viver. Contando os choques do meu peito tento entender direito qual será minha promoção. A chuva continua a verter dos céus. Rachaduras na parede do infinito ameaçam o dia ensolarado que deixou de existir aflito. Céu molhado, céu aberto, céu escancarado. O barulho da música foi superado pelas gotas em queda livre. Como pilotos suicidas, elas se preciptaram sobre nossas cabeças, como vozes intrusas elas se assustaram quando perceberam a força do meu calibre. Disparei contra o peito aberto. Joguei areia na cidade e a tornei um grande deserto. Enchi meus baldes com água salgada e tentei construir os castelos errantes dessa jornada. Para o meu desespero, a brincadeira acabou. Não posso construir castelos com baldes, não posso abandonar o mundo pelas minhas mãos, não posso fazer deserto sem alarde, não posso ser pontual sem saber que horas são. O destemido cancioneiro das serenatas absurdas, entrega-se ao violeiro tolo, roubando seu alaúde. Descarta a poesia que sucumbiu diante da banalidade do sentimento, despreza o inquietante, o contraditório e o movimento. Enterra a filosofia que nunca soube entender, encara um novo abrigo, despertanto a vida para viver. Se ninguém vem comigo eu posso perceber, que faltou apenas um antigo para o futuro aparecer. Vivo agora o tempo sem demora, vivo o presente magnífico desse sol. Não é com a chuva que eu sei que o homem chora, não será chupando uvas que eu verei o meu atol.

domingo, 11 de julho de 2010

TUDO É O MEU COMEÇO


Com as mãos atadas num tronco aguardo a fogueira da inquisição. Corpo nu de pelos e adornos, pés juntos e contidos querem fugir de mim.
Olhos vigilantes procuram nas entranhas ocultas do meu corpo um sinal de pecado. O espírito se faz iluminado pelos traços da consagração.
Consagro meu espírito aos prazeres que ele ousou experimentar. Devolvo para seu coro cada grão de areia, cada gota alheia que salga a água do mar.
A vila toda aguarda o momento em que as chamas ganharão o céu e a fumaça levará para o infinito a mensagem de que a justiça se cumpriu. O juiz guardará seu apetrechos, os pescadores voltarão para o rio.
O povo sairá contente e os padres celebrarão a missa. Buscarão crianças pobres, porque de falsos nobres a vontade já sumiu.
Tolos e tolas sentados nas suas próprias inquietações, agradecem as potestades e aos querubins, principados e serafins, mais uma chance concedida pelo Senhor para poderem esconder suas malícias e transbordarem o ar da pureza celestial. Eles verão a morte sem a morte lhes acariciar. Eles mostrarão aos fortes sua força estúpida e tola, envolta num presente promíscuo, casas de doces para brincar. Em cada brincadeira escondida, uma nova alma perdida perde seus dedos para contar.
Corpos vivos tropeçam nos cadáveres em decomposição. O cheiro podre da conspiração supera o odor do enxofre vindo do inferno que aproveita as fendas da terra para aparecer, brindar os convivas e depois saborear seu banquete, lambendo os dedos e deixando evidente toda vontade que tinha de comer.
O Diabo na sua forma mais aguçada de vilão, transita saltitante e esvoaçante, por entre os brados certos da condenação. Ele incita as palavras de ordem, conduz o julgamento, dispara a desordem. Que venha o metal quente e que o fogo consuma até as brasas, escondedo as frases que hoje viraram carvão.
Cães famintos sentam-se à mesa. Abanam o rabo esperando pelo pedaço de corpo que será lançado para eles nas profundezas. Seus latidos não são um coro angelical. São a segurança dos portões do submundo que guarda o segredo profundo de um inferno em decadência astral.
Fervilha o caldeirão com sua própria ebulição convidativa. Seu cheiro de resquícios saborosos torna a lembrança um lugar ativo. Transforma o corpo no seu próprio escândalo que desprende do sândalo seu escárnio destrutivo.
Nessa cena onde até mesmo a mais densa escuridão assusuta, não me assustaria se minha mente astuta estivesse a gargalhar. Rio diante da possibilidade temida de sobreviver. Morrer é silenciar o mundo das nossas tristezas. Viver é avisar ao mundo que no céu não tem beleza.
Carrego a condenação de viver a vida até o fim. Carrego a inquietação de não poder saber quem fugiu de mim. Em vales indigestos de ganância tola percebo que o nefasto é um dia quente brindado por uma tarde de garoa. A chuva trouxe numa contagem contínua, o brinde esguio de uma festa de menina. A chuva encheu meus lábios, preencheu minha boca e fez a minha garganta sentir o gosto da água pura mais uma vez. Que venha a fogueira, que ela faça arder o eu em mim. Não se faz rio sem corredeira, não existe começo sem antes partir de um fim.