quinta-feira, 10 de novembro de 2011
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
MELANCOLIA FILHA-DA-PUTA
terça-feira, 4 de outubro de 2011
DAS TREVAS NADA SE FEZ
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
UMA DESORDEM PRINCIPESCA
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
O AURÉLIO PENSOU DIFERENTE
Abraço: A nítida impressão de que nada mais existe no mundo e mesmo que existisse não poderia nos atingir.
Adeus: O tipo de tchau mais triste que existe. Dilacera a alma não pelo que foi, mas pelo que poderia ter sido.
Adolescente: Toda criatura que tem fogos de artifício dentro dela, que quer explodir o mundo e cuidar dele para que possa construí-lo outra vez.
Arrepio: Ser virado do avesso num golpe só.
Artista: Espécie de gente que nunca deixará de ser criança. Que sempre verá possibilidades onde todos vêem fracasso. Que sempre apostará na vitória, mesmo que seja a derrota algo mais evidente.
Ausência: Uma falta que dói, e que fica ali, presente, obstruindo a porta do sorriso.
Beijo: Vontade de fazer com que duas almas ocupem o mesmo corpo.
Carinho: Ganhar todos os presentes do mundo num único olhar.
Carência: Sentir fome de desejo mesmo quando a saciedade bate à porta.
Desprezo: A reação inerte diante de algo que é tão insignificante que não merece nem o reconhecimento da existência.
Decepção: Ter certeza de que irá comer a última barra de cereal da dispensa, e perceber que seu namorado já fez isso por você!
Fome: A sensação de que o mundo está acabando da pior maneira possível.
Fotografia: Um pedaço de imagem que guarda um pedaço de vida nela.
Gelo: Aquilo que percorre nosso corpo quando a pessoa amada diz tchau.
Inocência: Ver uma pessoa sem roupa e pensar que está muito frio para alguém ficar daquele jeito.
Ironia: O desprezo dos sábios.
Imaginação: A vida que começa a existir quando fechamos os olhos, e continua existindo quando voltamos ao lugar dos nossos sonhos.
Lágrima: Sumo que sai dos olhos quando se espreme o coração.
Mentira: Uma verdade que não teve tempo, possibilidade ou vontade de acontecer.
Morte: Aquilo que chega quando finalmente aprendemos a viver.
Omitir: Adoçar com o amargo do fel a mentira que por si só já e desgostosa.
Ousadia: Quando o coração diz para a coragem: Vá! E ela vai mesmo!
Paixão: O combustível que ensina ao amor que ele não precisa ser abastecido.
Poeta: Aquele que sonha enquanto o mundo dorme.
Preconceito: O desejo consciente ou não de ser igual ao objeto de preconceito.
Respeito: Imaginar-se como o outro.
Romantismo: Entender que a feiúra do Tucano é que o deixa lindo.
Realismo: Entender que a feiúra do Tucano o deixa feio mesmo.
Saudade: Vontade de reviver indefinidamente aquilo que nos faz bem.
Sarcasmo: O humor dos irônicos.
Sorriso: Aquilo que só existe de maneira sincera, depois que descobrimos o gosto da lágrima.
TPM: Vontade de matar e ressuscitar, afastar e aproximar, amar e odiar, comer e vomitar, rir e chorar, chegar e se despedir, e tudo isso ao mesmo tempo.
Tristeza: A sensação de que uma mão aperta com toda a força o coração.
Tesão: A voz do desejo expressa pelas vias da vontade.
Vida: Um rascunho que não teremos tempo de passar a limpo. Um ensaio que nunca estreará como peça principal.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
É ETERNO
terça-feira, 30 de agosto de 2011
DEIXA EU FALAR FILHO DA PUTA
sábado, 27 de agosto de 2011
UM CABAÇO FODIDO
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
PELOS TOQUES SAUDOSOS
sábado, 6 de agosto de 2011
TAMBORES ALERTAS INDAGAM, INSISTEM
domingo, 31 de julho de 2011
CRISTAIS DO PARAÍSO
domingo, 17 de julho de 2011
SAUDADE...
sábado, 23 de abril de 2011
RETROVISORES QUEBRADOS
domingo, 3 de abril de 2011
A LUA DE MUITAS NOITES
Não fui o mesmo naqueles instantes, cavei a sensação naqueles momentos. Procurei suas imagens nas gavetas e encontrei a ocasião perdida de um beijo. Sinto que valeu a pena, sinto que a saudade me encontra num lugar. Até onde seu sorriso me chamava? Até onde eu poderia lhe buscar? Rodei por estradas sentindo seu perfume em minhas mãos, guardando seu cheiro para que eu soubesse onde lhe encontrar. Senti vontade de congelar o mundo em alguns momentos, como em alguns momentos nos incendiamos com um olhar!
O telefone tocou você me disse para onde ir. A porta se abriu e então foi possível prosseguir. Uma volta pelas luzes, um passo reto na escuridão. Você soube como sair daquele mundo e assim começamos a correr. Como era bom te ver de novo ali! Como Dante poderia dizer: "A vida é uma só, um corpo, uma alma, um sol, um universo em ti e um frágil coração"! Não sei quem será o universo e quem será o frágil coração. Nós dois fomos o mundo, nós dois submetemos a razão! Para as loucuras eu peço um nova chance, mas não a chance do perdão. Quero a morte sem ser perdoado se eu tiver a dádiva da repetição.
Entre o fogo do desejo cobramos o preço de um beijo, e enquanto todos corriam passando por nós, aguardávamos numa estrada, nesse caminho a sós! Ouvi sua respiração, senti o seu suor. Ouvi seu coração quando me aproximei o bastante para perceber que nos unimos na batida certeira de um compasso exato.
Estive contigo por uma noite nas areias da praia. Estive contigo onde as gotas de fogo ardiam sob as águas e se confundiam com o doce daquela imensidão! Era selvagem o prazer do sorriso e foi bom contar as histórias que o céu queria nos dizer através das constelações. Senti seu abraço, a peguei em meus braços e por pouco não nos pusemos a rodar! Como ramos agitados pelo mesmo vento, e como raízes que se unem numa mesma força, escrevemos cada segundo daquele momento e guardamos os sonhos todos da mesma forma!
Já venci o sono para saber de você, um pouco mais do que você queria me dizer! Já venci distâncias para poder te levar, pegar em sua mão e tatear um sorriso num rosto que se abria para minha imaginação. Minha cabeça dormiu contigo um sono carinhoso, sono de uma noite inteira! Enquanto a escuridão da terra nos ocultava, enquanto a lua só era vista porque eu voltava, esse imenso planeta girava com seus vivos e seus mortos na cabeceira! No meio de uma frase um beijo, no meio desse beijo uma alucinação. Perguntei se aquilo de fato era verdadeiro ou seu meus braços que rodeavam sua cintura, estavam envolvidos por devaneios!
A lua é segura e a tarde também. Pude saciar a sua nuca com meu corpo que se aproximou. Encostei em suas pernas, toquei com meu peito o seu dorso quase nú. Nos prendemos num espaço quente e temperamos nosso aconchego. O tempero foi tão bom que a comida nem quisemos salgar. Não era pelos pratos que eu estava ali e nem pela mesa a nos separar. Estava ali buscando alguém para viagem, estava ali buscando alguém para levar. Na estrada do sol que nos brindou, das coisas que hoje traz em seu caderno, dos doces que saboreou e do wiskhey quente no inverno, ponho meus pensamentos a rodar. O doce envolveu o sabor do Jack, e no gosto ardente da sua saliva provei a embriaguez divertida das intenções divididas. Saio da sua boca com uma vontade imensa de voltar!
sexta-feira, 25 de março de 2011
No vão do amor perdido
Eleva a dor do ódio retraído pela imagem, desenvolvido pelo instinto de aproximação. Refletem os corpos a magia indescritível, porém visível da destruição. Incrementa o horror pelo suor vertendo do corpo que luta respirando a própria esperança e derrete pelo suor da sublimação.
Eleva aos céus a prece daquela que perde o fôlego diante do algoz. Esse mesmo algoz que outrora já a fez perder o fôlego com suspiros de amor, de sonhos ou de suposições. Lá onde o mar abençoa a terra, onde o espelho do céu avança sobre a areia, esse Cabral tentou aportar em outro cais. Não é beijo que seu amor permeia, não há sombra na consciência dos seus quintais. Não era o Cabral descobridor, nem o Cabral das velas portuguesas, era o Cabral dos naufrágios, dos banquetes macabros e das velas acesas. Era o Cabral de Jesus, que de discípulo não tinha nada, a não ser a vontade de pregar, não o seu mestre, mas a mãe dele: Maria. Sufocar Maria, porque seu coração corroborava com outros planos. Sufocar Maria e escondê-la no sudário dos véus profanos. Lá onde Floriano se fez cidade e a ilha se fez bela, tentaram plantar outras flores de saudade num jardim que mancha a aquarela. Quem poderia morrer de amor, senão doentios tuberculosos, assassinos patológicos, psicopatas semânticos que procuram transformar o sentido das coisas no sentido da sua própria loucura! Considerando morrer como condicionante da morte, concluímos que o ser capaz de morrer por amor, também será capaz na equivalência, de matar, convocando para sua guerra todas as hostes. Que os demônios corram em seu auxílio, que a maldade tenha compaixão. Desprezo por esse amor partilho, destino esse homem à um caixão. E ele dizia que a amava! Um amor que de amor não tem nada, mas brada apenas uma forma homográfica da representação!
Sinta! Sinta a elevação do espírito sob o esfacelamento de um corpo que desmorona por causa de uma cinta! Forca de couro, substituindo a força do ouro que como precioso metal chegou por tempos a margear a relação dos opostos! Ela o viu como um príncipe do reino perdido, ele a brindou como a próxima de uma mente doentia! Ela viu nele um texto, ele a viu como uma vírgula, acentuou o seu sinal, e tentou encerrar a frase com um ponto. O ponto que restou não foi o final, mas o de interrogação! E nós que achávamos que as cenas épicas não seriam mais tétricas, e ávidos buscávamos acreditar que não se dariam sonhos ásperos, mas sim emoções lépidas! Como enganamos nossa sensação sobre a materialização dos instintos! Morre animal grotesco, que lhe devorem os homens no seu leu labirinto! Fauno há de regozijar-se!
(referente ao caso recente ocorrido em Florianópolis - http://g1.globo.com/videos/jornal-da-globo/v/homem-tenta-estrangular-ex-namorada-no-elevador-em-santa-catarina/1466842/)