terça-feira, 30 de setembro de 2008

Série sanduíche filosófico: QUASE DESCARTARAM DESCARTES

René Descartes (1596-1650)
O DISCURSO DO MÉTODO

A sociedade moderna foi palco de um conjunto intenso de transformações, incluindo nesse meio seus aspectos científicos e culturais. A atividade filosófica toma um rumo diferente, e reinicia um novo trajeto: ela se desdobra como reflexão e o pano de fundo é um conceito de certa forma novo: a ciência. A revolução científica deixa os novos pensadores com receio de se enganar diante do mundo. Existe a procura intensa de uma maneira que evite o erro, e isso faz surgir a principal indagação do pensamento moderno: a questão do método, que centraliza as atenções não apenas no conhecimento do ser (metafísica), mas sobretudo no problema do conhecimento (epistemologia). Até então, podemos afirmar, que os filósofos se caracterizaram pela atitude realista, e não colocavam em xeque a realidade do mundo. Na Idade Moderna é invertido o pólo de atenção, ao centralizar no sujeito a questão do conhecimento. As soluções que se apresentam para resolver tais questões estão caracterizadas em duas correntes filosóficas: Racionalismo e Empirismo
Racionalismo: Doutrina filosófica do séc. XVII que admite a RAZÃO como única fonte de conhecimento válido.
Empirismo: Doutrina filosófica moderna do séc. XVII, segundo a qual o conhecimento procede da EXPERIÊNCIA.
René Descartes, também é conhecido pelo nome latino de Cartesius (daí seu pensamento ser conhecido como Cartesiano), é considerado um dos pais da filosofia moderna. Em suas obras ele trata sobre o problema do conhecimento. É muito simples a questão: Se a origem do conhecimento é verdadeiro, então o conhecimento também poderá ser. Ele tem como ponto de partida a busca de uma verdade primeira, que não possa ser posta em dúvida. Justamente por isso que ele converte a dúvida em método (dedutivo), ou seja, é uma maneira de chegarmos ao conhecimento.
Princípios do método dedutivo:
• Evidência ou Dúvida Sistemática
• Análise ou Decomposição
• Composição ou Síntese
• Enumeração ou Verificação
Inicia seu processo duvidando de tudo, das afirmações, do senso comum, dos argumentos, das autoridades, dos testemunhos dos sentidos, das informações da consciência, das verdades deduzidas pelo raciocínio, da realidade do mundo exterior e da realidade de seu próprio corpo, já que todas essas “impressões” são produzidas por algo, e esse algo deve ser questionado. Já pensaram se nossas impressões de mundo estiverem pautadas numa informação equivocada? Logo, tudo que conhecemos estará banhado nesse equívoco também. Descartes então interrompe a cadeia de dúvidas diante do seu próprio ser que duvida. Se duvido, penso; se penso existo: “Cogito, ergo sum”, “Penso, logo existo”. Este é o fundamento para a construção de toda sua filosofia. Mas este “eu” o qual se refere Descartes, é puro pensamento, uma res cogitans (um ser pensante), já que, no caminho da dúvida, a realidade do corpo (res extensa, coisa extensa, material) foi colocada em questão. Temos aqui uma concepção dualista, o CORPO (res extensa) e a ALMA (pensamento, res cogitans). O homem como ser pensante.
A partir então, dessa intuição primeira ( a existência do ser que pensa), que é indubitável, Descartes distingue os diversos tipos de idéias, percebendo que algumas são duvidosas e confusas, outras são claras e distintas.
IDÉIAS
• Idéias Adventícias – ligadas ao mundo dos sentidos (devem se submeter à dúvida metódica);
• Idéias Fictícias – imaginação, causas do engano.
• Idéias Inatas – verdadeiras e não sujeitas a erro, pois vêm da razão, independentes das idéias que “vem de fora”, as idéias inatas estão ligadas a faculdade da razão. Fundamento para todas as ciências. Por exemplo, a primeira idéia inata, clara e distinta é o cogito, pelo qual o ser humano se descobre como res cogitans, isto é, o ser pensante.
Claro que Descartes foi, como conseqüência de suas idéias, fortemente contestado. Mas sua importância se dá justamente no rompimento com o elemento inicial do conhecimento. Enquanto para muitos, durante a idade média, a fé fundamentava a base do saber, Descartes surge colocando a verdade na dúvida, e não mais na crença cega em noções superficiais, explicadas apenas pela força do crer.

2 comentários:

Grespan, David disse...

http://lh4.ggpht.com/gordonerd/SN6BTB6Z5II/AAAAAAAAE14/7EkKstYKudc/s800/fimdesemanaestudando.jpg

uma imagem vale mais que algumas aulas de historia... no bom sentido é claro.

o textos estao bons pra caramba, pode revender? fazer uma mini-apostila e comercializa no mercado livre?
huahuaauhauha
abraçooo

Unknown disse...

Che seu loco, estou aqui pq acho q aqui sim você lê os comentarios!
Como você tá?
Não apareceu mais aqui no Sudoeste...
Nossa saudade de todos vocês!
Quando puder apareça, vai ser bom revê-lo!
Um beijo!

Alessandra Guerini