domingo, 21 de dezembro de 2008

CAFÉ SEM AÇÚCAR

À escura cópia pífia de um ser intelectual,
A busca insana por uma informação da qual possa se orgulhar,
A curiosa tentativa de abrir olhos e ouvidos,
Fizeram-me banir os pensamentos de fé,
Talvez consolidá-los em outra plataforma.
Fé racional, impossível! Fé intencional, talvez.
Nesse equívoco árduo de alcançar aquilo que há muito está caído.
Fiz a mochila do viajante que colocou o pé na estrada.
Se Kerouac viesse comigo, talvez me sentiria melhor,
Não é desejo, nem é vontade, nem sei se ainda há vaidade.
O outro Jack também não veio, cantou London London e partiu.
Nem sei se algum dia ele viria também. Acho que nunca quis.
Quem sabe as pérolas sempre pertenceram as damas,
De tanto vê-las saltando nos tabuleiros, quisemos jogar diferente,
Convocamos os peões, que certamente permaneceram na primeira linha,
Nunca quiseram sair sem as ordens dos generais. A ação prevaleceu sobre a intenção.
Esqueceram-se da tese! Procuraram a antítese,
E contra o próprio ser rei, remeteram palavrões vindos do purgatório,
Peões que não foram brindados com a taça da inteligência.
E a síntese?
Embora exista, sequer lhes foi apresentada. Sinta-se lisonjeada.
Mataram a dialética em dialetos que não se pôde compreender.
Para o nada olharam,
Do nada esperaram,
Pelo nada aguardaram, e tudo que receberam foi um sorriso fútil.
Foram correspondidas assim as palavras ditas,
As palavras ignorantes de bocas mortas, ganharam seus presentes.
E os peõs acreditaram que podiam opinar sobre a partida.
Opinião? Opina? Não!
O que se passa por essas cabeças?
Antes passasse um par de chifres ou de orelhas.
A utilidade mesmo que questionada seria notória.
E adianta falar? Uma rouca voz, sendo paga, as vezes se apaga,
E não acha para essas cabeças uma boa função.
Peões atolados na sórdida ironia de serem os vencedores da batalha.
Não há nesses indivíduos o que valorizar,
A pena deixa o tinteiro e passa a fazer parte de uma ação afetiva.
E a busca por uma partida que valha a pena já dura uma imensidão.
Não deixe de buscá-los no encontro certo dos dias,
Eu até gostaria de deixar algo mais nítido impresso no olhar,
Mas a retina está corrompida pela gasolina,
Que não muito tarde estará prestes a explodir.
Xeque-mate.

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