terça-feira, 8 de julho de 2008

GOD DYLAN (se puder, repasse)

Algumas pessoas ficam conhecidas como artistas e deixam sua marca na história da música, outros eternizam sua voz em grandes sucessos, há aqueles ainda que entram para o rol sagrado da fama. Alguns, entretanto, são simplesmente inexplicáveis. É neste grupo que está Robert Allen Zimmerman, mais conhecido como BOB DYLAN. Talvez um dos mais influentes artistas do século XX ainda vivo.
Nascido no estado de Minessota, neto de imigrantes judeus-russos, aos dez anos de idade Dylan escreveu seus primeiros poemas e, ainda adolescente, aprendeu piano e guitarra sozinho. Começou cantando em grupos de rock, imitando Little Richard e Buddy Holly, mas quando foi para a Universidade de Mineapolis em 1959, voltou-se para a FOLK MUSIC, impressionado com a obra musical do lendário cantador folk Woody Guthrie. Essa fase foi marcada principalmente pelas canções de protesto e pelo engajamento em causas sociais e que de certa forma geravam algum impacto na sociedade americana. Não podemos esquecer que a década de 60 era a década da transição. A juventude se encontrava perdida no meio de idéias, conflitos e guerras, e urgia a necessidade de uma espécie de profeta a quem seguir. Pois bem, o profeta era Dylan.
Seguindo a tendência BEAT, suas músicas serviam como estrelas orientadoras para um público em constante transição. Ele inspirou grandes nomes do cenário Rock and Roll. Só para citar exemplos Beatles e Rolling Stones foram fãs de carteirinha. Mas não é fácil manter a alcunha de líder da juventude. O peso da responsabilidade de sempre ter que dizer algo novo, e que invariavelmente servia como regra e lei, fez com que Dylan mudasse completamente seu estilo. Nos anos 70 ele partiu para uma idéia mais introspectiva, com músicas mais voltadas para uma análise interior, se distanciando do cenário político. É aí que conseguimos observar uma espécie de niilismo, já que de nada adiantava o protesto constante, se as transformações não eram constantes. O sonho utópico de mudança ficou na década de 60 e como ele o velho Dylan também ficava. O novo cantor agora mostrava que sua capacidade de variar era enorme. E é essa mesma capacidade que garante a ele o respeito e a importância que tem hoje no cenário musical e cultural.
Ele ainda continua indiretamente ditando as regras. Suas palavras ainda são leis, e seus shows ainda atraem milhares de fãs. A busca hoje porém, está concentrada na nostalgia e admiração por esse nome carregado com uma carga histórica sem precedentes.
É justamente essa versatilidade que nos falta hoje. A boa música está morrendo com seus pais. Hoje alguns sobreviventes dos grandes anos 50, 60 ainda permanecem, mas quando esses se forem o que restará de nossa cultura musical? Talvez sobrem apenas as músicas papagaio, reproduzidas dentro de estilos batidos e orientados pela indústria cultural. Dylan nos livre disso!

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