quinta-feira, 17 de julho de 2008

SUPERMERCADO DA VIDA( se puder, repasse)

As transformações científicas vêm garantindo ao longo dos anos uma vida mais estável e saudável para os seres humanos. O desenvolvimento tecnológico também gera um bem estar que nos proporciona inclusive um aumento na perspectiva de vida. Hoje estamos vivendo mais, e melhor do que vivíamos há alguns, algumas décadas ou séculos atrás. Quando falamos em reis e rainhas por exemplo, logo imaginamos suntuosos palácios e um conforto absoluto! Aí estamos completamente equivocados. Os castelos medievais eram sombrios, muitas vezes úmidos, e representavam um ar meio "purgatório". A vida, se comparada a hoje, era um marasmo só! Se você fosse um nobre, ainda poderia ter alguma sorte. Agora se você fosse um servo, sua vida consistiria em trabalhar nas terras do senhor, trabalhar nas suas terras, doar parte da produção ao senhor (não é do dízimo e das ofertinhas que estou falando, estou aqui abordando outro senhor) teria que sustentar sua família, e não teria absolutamente nenhuma perspectiva de mudança. Sem contar a constante exposição a doenças, que por não serem tratadas como tais (as vezes eram vistas como praga resultante de algum pecado) levavam os indivíduos à morte. Um exemplo é a Peste Negra que a partir de 1348 destruiu boa parte da população européia.
Nessa idéia toda, podemos concluir que hoje vivemos de uma forma confortável. Os constantes avanços da ciência estão buscando, como os alquimistas na idade média já faziam, o elixir da longevidade. Aquilo que irá perpetuar cada vez mais nossa espécie, enquanto conjunto (o gênero humano) e individual (o ser humano). Isso se expressa através dos constantes estudos sobre o genoma, células tronco, cura para uma série de doenças, possibilidade de vida fora da terra. Quando estudamos o universo, e procuramos saber se há manifestação de vida fora da terra, estamos querendo estudar a nossa própria espécie. Isso é muito bom.
Somos hoje filhos da juventude do pós-guerra. A juventude que rompeu os padrões estáticos de uma sociedade monótona. Os anos 60 coroaram seus espectadores com a idéia da juventude eterna. É o que alguns ramos chamam de Complexo de Peter Pan (o fato de não querermos ficar velhos). E o "velho" em questão, fica a cada ano mais distante. Com quantos anos hoje podemos dizer que alguém está velho? Vamos deixar de lado os eufemismos agora. Sem essa coisa de experiente ou vivido. Chegaremos a conclusão que não se pode afirmar exatamente com quantos anos alguém passa a ser assim considerado. Eu diria que você está ficando velho, quando pára de criticar os mais velhos e passa a criticar os mais novos. Mas mesmo assim é uma afirmação distante de qualquer rigor científico. Quis com isso apenas mostrar que hoje ao mesmo tempo que queremos banir a velhice para longe, também estamos querendo banir a morte para longe. Não queremos experimentá-la, e nessa idéia é que estamos firmados. É uma tentativa de que se não pudermos impedir a morte, pelo menos vivamos de uma forma agradável e confortável.

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