sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

ADEUS! POR ENQUANTO VOCÊ NÃO PODE VOLTAR

Você me acompanhou por um bom tempo! Gosto de pensar como fomos inseparáveis. Gosto de lembrar como você esteve em mim e eu em você esse tempo todo. Nesses dias que passaram plantamos um verdadeiro campo de experiências, e poderemos colher lembranças como bons frutos de nossa inquietação e de nossas virtudes. Não posso dizer que foi a primeira vez que vivemos juntos, pois já o fizemos em outros anos. Quando quase estou esquecendo de sua existência, chega você estonteante e com muita vida para gastar. Essa vez, contudo, foi diferente. Foi única, e também foi a mais recente. Fica mais fácil de lembrar, apesar de que muitas coisas se perderam no caminho. Posso afirmar entretanto, que a satisfação encontrada será para sempre motivo de minha recordação.
Percebo nesse limiar de tempo que, foi bom enquanto foi verdadeiro, e foi verdadeiro enquanto durou. Por mais intenso que tenha sido, a cada passar de dia, eu percebia que era chegada a hora do adeus. Talvez não um adeus para sempre, quem sabe um até logo. Isso infelizmente eu não posso responder. Sei que carrego agora um olhar nostálgico em torno do que tenho em mãos. Sei que nosso próximo encontro, se houver, vai demorar. Por mais que digam por aí que o tempo passa depressa, temos que concordar que só concluímos isso quando ele já passou. Pude sentir você em cada dia vivido. Pude sorver de ti cada aroma noturno, como um enólogo que busca o sabor desconhecido e inexplorado da fruta que estuda.Agora contudo, temos que nos separar. Nada no mundo pode evitar isso. Eu até poderia viajar para outros continentes buscando por você, mas correria um sério risco de optar pela direção errada, e pôr um fim precoce em nós dois. Gosto de cada desejo satisfeito, de cada limite rompido, de cada cesto preenchido.
Lembro das tardes que passamos juntos, dos planos que fizemos, das ocasiões que criamos e de cada lugar que visitamos. E agora você se despede, e me deixa com tudo o que passou. Não é fácil, nem ao menos posso afirmar que é certo. Talvez seja um desses golpes desonestos que servem para destruir as expectativas de eternidade, que em vão buscamos criar. Essa despedida ganha força a cada novo dia, e hoje percebo que não há o que fazer, nem nada a dizer. Concluo a cada passar das horas que estou perdendo você. Não escape assim tão rápido, não me deixe assim tão só, entenda o que para mim é fácil sentir: que ao seu lado estou bem melhor. Lembro-me de ter lhe encontrado em meio às festas, brindes e comemorações. O dia da despedida, porém, acontece esquecido e despercebido numa folha que vai virar. O seu nome mudará, e mesmo que mude será sempre você. Já que não posso mais fazer nada, não quero perder esses últimos minutos contigo, despeço-me de você mês de janeiro, aguardando fevereiro, meu próximo amigo.


2 comentários:

Otávio Campos disse...

Ah, cara, que droga! Gostei pra cacete desse texto. Achei que tivesse falando de alguém, hua. Legal. Conseguiu me enganar. Perfeito. Já ia dizer que seu texto era parecido com o meu, mas depois da revelação final percebo que não tem nada a ver.

Gabi disse...

Como dizia o mestre Vinícius: "Que o amor não seja imortal posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure".
Tudo acontece por um motivo. :)